
Durante a acareação realizada nesta terça-feira (24) no Supremo Tribunal Federal, o tenente-coronel Mauro Cid protagonizou mais um episódio constrangedor ao afirmar que calculou o valor do dinheiro supostamente entregue por Braga Netto “pelo peso da sacola de vinho”. A justificativa surreal foi registrada em ata oficial do STF e já circula entre bastidores como exemplo da fragilidade da delação premiada de Cid — cada vez mais questionada por falta de provas.
Indagado pelo advogado do general Braga Netto, Cid admitiu que a sacola onde estaria o dinheiro nunca foi aberta. Segundo ele, o “valor aproximado” foi presumido apenas pelo peso do objeto. A confissão arrancou incredulidade dos presentes, que viram ali o esvaziamento total de uma acusação construída sem nenhuma prova concreta. Braga Netto, como esperado, negou categoricamente ter entregue qualquer quantia ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
A tentativa de sustentar esse relato esdrúxulo ainda incluiu um festival de imprecisões. Mauro Cid disse não lembrar exatamente onde a entrega teria acontecido, nem o horário ou quem teria presenciado o fato. Entre vagas menções à garagem, sala da ajudância de ordens e até o estacionamento da piscina do Alvorada, o delator apenas reforçou o nível absurdo de subjetividade com que vem tentando incriminar militares do alto escalão.
Braga Netto, por sua vez, manteve uma postura firme, destacando que jamais foi comum que se pedisse dinheiro diretamente a ele, pois todas essas demandas eram tratadas com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Disse ainda que quando eventualmente era procurado, seu papel era apenas encaminhar o pedido ao tesoureiro do partido. No caso citado por Cid, o general confirma que houve uma solicitação genérica, mas sem menção a valores ou qualquer entrega física.
A audiência foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, que novamente se comportou como protagonista da investigação, numa clara tentativa de sustentar uma narrativa que não se firma por si só. Luiz Fux e o procurador Paulo Gonet também acompanharam a sessão. Apesar do circo montado, o que se viu mais uma vez foi um delator sem provas tentando sustentar uma versão cada vez mais desmoralizada pela firmeza e coerência dos demais envolvidos.
Esse novo capítulo escancara o verdadeiro objetivo por trás das delações: atingir a imagem de Bolsonaro e enfraquecer seus aliados com base em versões sem respaldo material. O detalhe do “peso da sacola” já virou motivo de piada nos bastidores do Congresso e mostra o nível a que chegou o teatro judicial montado no STF para fabricar uma narrativa que não se sustenta nem com apoio da imprensa militante.