
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (18) que o Google identifique, no prazo de 48 horas, quem publicou na internet o polêmico documento apelidado de “minuta do golpe”. A medida atende a um pedido da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, e promete colocar em xeque a narrativa imposta até agora sobre o caso.
Segundo os advogados, qualquer internauta consegue acessar o suposto documento apenas digitando o termo “conjur/dl” na plataforma do Google, o que reforça a tese de que o material sequer foi produzido por Torres. O ex-ministro, inclusive, ironizou durante seu depoimento ao STF, classificando o conteúdo como “minuta do Google” — um deboche que agora ganha contornos sérios, com potencial de desmontar parte do processo.
A defesa sustenta que, se o documento estiver amplamente disponível na internet desde antes de ser atribuído a Torres, é necessário investigar sua real origem. Moraes, que tem usado o documento como uma das bases para perseguir aliados de Bolsonaro, agora se vê pressionado a apurar a fundo — e não apenas dentro da bolha ideológica que ele mesmo parece alimentar.
A resposta do Google poderá ser decisiva. Caso a big tech confirme que o documento estava acessível de forma pública e anônima, a tese de um “plano articulado” pode ruir. Em vez de um plano golpista, o que pode estar sendo tratado como prova seria, na prática, um texto sem autoria definida circulando livremente pela internet — o que enfraqueceria o discurso de tentativa de ruptura institucional.
Enquanto isso, o ministro segue pressionando plataformas, jornalistas e parlamentares conservadores, ignorando provas frágeis e questionamentos legítimos. A tentativa de criminalizar opiniões e associar documentos públicos a supostos planos de golpe parece cada vez mais forçada. Agora, cabe ao Google revelar se Moraes realmente tem algo concreto — ou se sua cruzada política está prestes a desmoronar.