A fala da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sobre uma possível anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro, causou um verdadeiro mal-estar entre ministros do STF. A reação da Corte foi imediata, com ministros demonstrando desconforto e buscando diretamente o presidente Lula para reclamar da postura da aliada petista. A movimentação escancarou a fragilidade da relação entre os Poderes e mostrou que nem mesmo o STF aceita ser desautorizado por aliados do governo.
Os magistrados veem a defesa de anistia como um desrespeito ao trabalho que vêm realizando desde os atos do 8 de janeiro. Para eles, a tentativa do PT de abrir espaço para um projeto nesse sentido coloca em xeque o Judiciário, que já impôs condenações duríssimas a dezenas de manifestantes. A fala de Gleisi, embora tenha sido suavizada por ela depois, foi considerada uma afronta e acendeu o sinal de alerta no Supremo.
O incômodo foi tão grande que ministros não apenas criticaram nos bastidores, mas também buscaram Lula para que ele mesmo se posicionasse. Querem que o presidente deixe claro se endossa ou não a defesa da anistia. Muitos veem a movimentação de Gleisi como um teste para medir a reação popular e do Congresso, o que tem preocupado ainda mais a cúpula da Justiça.
Apesar de Lula tentar se manter distante do embate público, a pressão do STF já bateu à sua porta. A tentativa dos ministros é impedir que o discurso da anistia ganhe força e acabe incentivando outros parlamentares da base a apoiarem a medida. Para o Supremo, recuar agora seria abrir um precedente perigoso para quem atentou contra as instituições.
O curioso é que o próprio PT, que sempre defendeu punição para adversários políticos, agora flerta com o perdão judicial quando percebe que o custo político começa a pesar. A mudança de tom de Gleisi mostra que a base do governo sente a pressão popular por justiça e teme os efeitos eleitorais de manter tanta gente presa por tanto tempo. A incoerência, como sempre, mora na esquerda.
Enquanto isso, a direita segue firme na defesa da liberdade dos presos políticos do 8 de janeiro. O povo já percebeu que muitos estão sendo usados como bodes expiatórios para alimentar a narrativa de um golpe que nunca existiu. A reação do STF, embora esperada, apenas comprova que o Judiciário se tornou parte da engrenagem política que tenta calar quem pensa diferente.