
Parlamentares protocolaram um novo pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com base em acusações relacionadas à sua atuação junto ao Banco Central em favor do Banco Master.
O requerimento tem como principal fundamento uma reportagem do jornal O Globo, que revelou contatos entre Moraes e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Segundo os parlamentares, as conversas teriam tratado de temas ligados diretamente ao Banco Master, que esteve no centro de um processo de intervenção e posterior liquidação.
O documento também destaca a existência de um contrato de alto valor entre a instituição financeira e o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro. Para os senadores, esse vínculo reforça um cenário de potencial conflito de interesses envolvendo a atuação do magistrado.
Na avaliação dos autores do pedido, Alexandre de Moraes teria se valido do peso institucional e da influência do cargo para atuar em favor de interesses privados específicos, comprometendo a imparcialidade exigida de um ministro do STF. O texto sustenta que esse tipo de conduta extrapola os limites da função jurisdicional.
A petição aponta ainda indícios do crime de advocacia administrativa, ao afirmar que teria havido atuação fora das atribuições legais do cargo, com possível interferência em órgão regulador independente. O pedido é assinado pelos senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).
Segundo os parlamentares, a conduta descrita, se confirmada, não estaria protegida por imunidade funcional, por se tratar de atuação extrajudicial e alheia à função jurisdicional. Em meio à repercussão do caso e à cobertura da grande imprensa, cresce nos bastidores a avaliação de que o debate sobre o impeachment de um ministro do STF entrou em um novo e decisivo patamar.
