
O governo do Rio de Janeiro, sob a liderança de Cláudio Castro (PL), pediu nesta terça-feira (11) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma prorrogação de cinco dias úteis para entregar as informações e documentos relacionados à megaoperação policial realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortes.
No ofício encaminhado ao Supremo, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RJ) argumentou que as secretarias envolvidas ainda estão reunindo os relatórios e laudos solicitados, o que exige mais tempo para garantir a consolidação completa dos dados. O governo também levantou dúvidas sobre o grau de sigilo que deve ser aplicado ao material, já que parte do conteúdo inclui informações pessoais e sensíveis, como identificações de agentes, perícias e laudos médicos.
Além disso, a gestão de Castro pediu orientações diretas ao STF sobre a forma correta de envio dos documentos — se devem ser apresentados em petição pública ou sob sigilo judicial. A postura foi vista como uma resposta firme e cautelosa diante da pressão imposta por Moraes, que havia determinado um prazo de 48 horas para o envio das provas, vídeos e relatórios da operação.
O episódio reforça a tensão crescente entre o governo do Rio e o Supremo Tribunal Federal, especialmente após as sucessivas interferências do ministro Moraes nas investigações e na condução das forças de segurança do estado. Ao que parece, o ministro esperava obediência imediata — mas encontrou um governador que não se curva tão facilmente.
