
Lula da Silva fez declarações públicas nas quais questiona a presença militar dos Estados Unidos e em tom que aponta diretamente ao governo Donald Trump, embora sem mencioná-lo explicitamente. Ele afirmou que “problemas políticos não se resolvem com armas” e que a América Latina “não é palco de invasão terrestre”.
Em discurso na Organização das Nações Unidas, Lula condenou operações militares dos EUA no Caribe e Pacífico como “uso letal de força em situações que não configuravam conflito armado” e, ao mesmo tempo, defendeu que o Brasil está do lado da paz e do diálogo — reafirmando sua visão de que soberania e paz devem prevalecer.
O tom adotado pela gestão federal reflete preocupação crescente com a ampliação de atuação norte-americana nas regiões próximas ao Brasil, bem como uma retórica de maior independência da política externa brasileira frente aos EUA. Lula classificou tais movimentações como fonte de tensão para a América Latina.
Criticos veem o discurso como uma clara tentativa de reposicionamento diplomático por parte do governo brasileiro, aproximando-se de uma agenda de multipolaridade e reduzindo a dependência tradicional em relação aos EUA. Este movimento incomoda parte dos setores que esperavam uma aliança mais estreita de Brasil e Washington.
Por outro lado, há quem considere que as declarações de Lula reforçam o papel de defensor da ordem internacional sob o prisma do Estado-nação e da não intervenção — posição que agrada a parcela da sociedade que prioriza soberania, mas gera desconforto entre os que defendem alinhamento estratégico aos EUA.
Em resumo: Lula mandou uma mensagem firme, indireta, a Trump, ao condenar operações militares que envolvem os EUA na região e ao reafirmar o posicionamento do Brasil como “lado da paz”. Para os que defendem liberdade e ordem no país, o movimento simboliza uma guinada diplomática com implicações práticas para comércio, segurança e relações externas.
