
Um dos acusados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília interrompeu a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, nesta quinta-feira (6), durante o Fórum de Buenos Aires, na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA).
O homem se apresentou como Simon Castro e afirmou viver como “refugiado político” na Argentina. O episódio interrompeu brevemente a conferência de Gilmar Mendes, que não respondeu às declarações de Simon.
“Não há provas contra mim. Estamos sofrendo com o crime. Muitos cometeram, sim, e aqueles que cometeram devem pagar. Mas eu, Gilmar, não. O senhor tem que ter um papel. Nem há prova de que eu tenha entrado nos prédios”, declarou Castro, referindo-se às denúncias de participação na invasão dos prédios públicos em Brasília.
O acusado agradeceu por ter sido ouvido no evento. “Sou um dos refugiados aqui na Argentina e agradeço por me receber e me ouvir. Essa é a verdadeira democracia: o poder de falar e se expressar”, disse, encerrando sua intervenção sob o silêncio do auditório.
Após a fala, Simon procurou jornalistas presentes para se apresentar e negou ter cometido crimes. “Tenho uma foto com o ministro Gilmar Mendes, não sou criminoso. Se fosse, estaria armado. Eles não me revistaram aqui. Não sou terrorista, como o Brasil diz”, afirmou.
Ele declarou responder a 16 acusações criminais, incluindo terrorismo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, e afirmou não ter tido direito à defesa.
“No Brasil não há direito à defesa. Simplesmente eles agem e não deixam a gente se defender, essa é a grande verdade”, afirmou.
Desde o início do Fórum, brasileiros que se autodenominam “exilados” vêm tentando se aproximar de jornalistas e participantes do evento para protestar contra o que chamam de “ditadura do STF”.
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