O que parecia mais uma noite de entretenimento na Globo se transformou em polêmica nacional. Nos minutos finais do Dança dos Famosos, Luciano Huck deixou de lado o clima leve para comentar a megaoperação policial no Rio, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão. O apresentador lamentou as mortes e disse que “por trás desse número há 120 mães que enterraram seus filhos”, discurso que provocou reação imediata nas redes e de figuras da imprensa.
Um dos primeiros a responder foi Luiz Bacci, apresentador do Cidade Alerta, que acusou Huck de “romantizar o crime”. Bacci disse que “não vai chorar por traficante” e reforçou que seu apoio é às famílias dos inocentes e dos policiais mortos em serviço. “Essa narrativa de defender bandido ficou no passado. Eu fico do lado das mães que perderam os filhos para o tráfico”, disparou o jornalista, após ter seu comentário apagado das redes do global.
Durante o programa, Huck afirmou que o Brasil repete “o mesmo modelo falido de segurança há décadas” e defendeu ações de longo prazo, com foco em oportunidades sociais. O discurso incluiu referências a Medellín e Nova York, cidades que “superaram a violência”. Apesar de reconhecer o trabalho policial, sua fala soou, para muitos, como uma tentativa de igualar criminosos e vítimas, o que gerou revolta popular e respostas duras de quem acompanha o drama das forças de segurança.
Bacci rebateu também o tom de moralidade do apresentador, lembrando que Huck vive isolado da realidade das favelas cariocas. “É fácil falar da tua casa no alto do Joá, cercado de seguranças. Nunca pôs o pé numa comunidade sem câmera da Globo”, criticou. A troca de declarações expôs o abismo entre o discurso midiático e a realidade das ruas — onde policiais arriscam a vida enfrentando facções fortemente armadas, com drones, granadas e fuzis de guerra.
A Operação Contenção, que motivou o embate, mobilizou 2.500 agentes, cumpriu 160 mandados e resultou em 81 prisões. O governo estadual trata a ação como uma das maiores ofensivas contra o Comando Vermelho, enquanto a esquerda e parte da mídia tentam transformá-la em pauta humanitária. O episódio mostra que, enquanto Huck prega empatia para criminosos, quem vive a violência diária pede justiça, segurança e respeito aos que realmente protegem o povo.