Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), foi preso em flagrante nesta segunda-feira (3) após determinação do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
O parlamentar atendeu a pedido do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que acusou Abraão de mentir durante seu depoimento ao colegiado nesta segunda. Segundo Gaspar, Lincoln teria dito inverdades, por exemplo, sobre sua saída da antiga Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) — afirmando que havia renunciado ao cargo, mas, na verdade, foi afastado por decisão judicial.
Essa é a terceira prisão determinada pela CPMI, que investiga um esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios do INSS. Antes de Lincoln, já haviam sido presos o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, e Rubens Oliveira Costa, ex-diretor ligado ao Careca do INSS.
A CBPA, de Abraão Lincoln, é uma das entidades investigadas pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura as fraudes associativas entre 2019 e 2024. Segundo o relator, a confederação passou de apenas quatro cadastros em 2023 para mais de 757 mil em 2025, incluindo 40 mil pessoas já falecidas.
Durante esse período, o grupo teria recebido R$ 221 milhões em descontos, cerca de R$ 10 milhões por mês, mas 99,5% dos supostos filiados afirmaram não reconhecer os débitos. Convocado como testemunha, Abraão Lincoln compareceu amparado por um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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