
No dia da ação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, a sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados terminou em bate-boca entre bolsonaristas e parlamentares do PSOL.
A confusão começou quando o presidente do colegiado, Paulo Bilynskyj (PL-RJ), encerrou a sessão sem dar a palavra a Talíria Petrone (PSOL-RJ). A comissão é controlada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Talíria chamou o presidente da comissão de “moleque covarde” e “agressor de mulher”. Bilynskyj permaneceu sorrindo na mesa da comissão e foi defendido por outros bolsonaristas. Quando o bate-boca se acentuou, ele deixou a sessão.
Alguns aliados do presidente da comissão falaram em “baile funk” em resposta a Talíria, que retrucou: “Baile funk é bom demais, sabe o que não é bom? Matar gente, matar 70 pessoas no Rio de Janeiro, inclusive policiais. Um modelo de segurança pública assassino.”
A deputada do PSOL discutiu ainda com o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Sargento Fahur (PSD-PR).
“O que seu presidente está fazendo? Negou três pedidos do governador”, disse Nogueira, em referência à declaração do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que disse ter pedido ajuda ao governo federal para operações policiais recentes, mas que essas solicitações teriam sido negadas ao menos três vezes. O governo federal diz ter atendido a todos os pedidos.
“O seu presidente [Lula] é conivente com o tráfico, amigo de narcotaficante”, completou. Ao que Talíria e o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) retrucaram: “O seu presidente [Jair Bolsonaro] é um miliciano”.
A ação policial realizada nesta terça-feira (28) deixou mais de 64 pessoas mortas no Rio de Janeiro, na operação mais letal da história do estado. Segundo Castro, as forças de segurança atuam nos complexos do Alemão e da Penha contra a expansão territorial do Comando Vermelho.
Até agora, a operação mais letal da história do Rio era o massacre do Jacarezinho, em maio de 2021, com 28 mortos, entre eles um policial. Três das quatro ações mais violentas da história fluminense foram realizadas sob Castro.
Folhapress
