Por 17 votos a 13, aliados do governo Lula (PT) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS bloquearam, nesta quinta-feira (9), a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do advogado Paulo Augusto de Araújo Boudens, considerado próximo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A proposta foi derrubada por 17 a 13, impedindo a oposição de acessar os dados financeiros e de comunicações do jurista, acusado de integrar o esquema de desvio de verbas de aposentadorias e pensões apurado pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.
Requerimento barrado incluía relatórios do COAF O requerimento nº 47/1961-2025 pedia que o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Ricardo Andrade Saadi, repassasse à comissão os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) sobre Boudens, além de aprovar a quebra de seus sigilos de 14 de maio de 2023 a 23 de junho de 2025.
Mesmo com as acusações, a maioria governista julgou que faltavam provas concretas para aprovar a medida, resultando no arquivamento da iniciativa. Jurista supostamente embolsou R$ 3 milhões de firma alvo da PF Conforme a coluna de Cláudio Humberto no Diário do Poder, Paulo Augusto Boudens teria faturado cerca de R$ 3 milhões da Arpar, empresa apontada pela Polícia Federal como elo na rede de lavagem e dissimulação de recursos desviados de aposentadorias e pensões do INSS.
Atualmente, o advogado atua como assessor parlamentar em um Conselho de Estudos Políticos, entidade que, de acordo com documentos oficiais, não tem presidente designado. Ainda assim, ele embolsou R$ 31.279,53 em setembro. CPMI do INSS apura rede bilionária de irregularidades A CPMI do INSS surgiu para investigar uma rede nacional de fraudes e deduções irregulares em benefícios previdenciários, que teria gerado perdas na casa dos bilhões para aposentados e pensionistas.
As apurações abrangem sindicatos, companhias e cooperativas sob suspeita de cobranças abusivas e branqueamento de capitais. O veto à quebra de sigilos é interpretado como um triunfo para o governo, que busca conter o impacto político da comissão em meio ao eco das ações da Polícia Federal.