
Eduardo Tagliaferro falou sobre seu processo de extradição pedido pelo ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, que era vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2024. Na época, Luiz Roberto Barroso rejeitou um pedido da defesa de Tagliaferro para afastar Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito contra ele. A entrevista foi ao Site Pleno News
Tagliaferro estabeleceu uma “linha do tempo”.
– Em agosto de 2022, Alexandre de Moraes toma posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral. E junto com ele o Lewandowski toma a posse como vice-presidente daquela Corte. Ou seja, as eleições de 2022 – as eleições presidenciais -, foram conduzidas dentro do Tribunal Superior Eleitoral por ambos: Alexandre de Moraes e Lewandowski. Tudo o que aconteceu e que eu já trouxe aqui para o público, já trouxe para o Senado, para a Câmara, para a Corte, para os Estados Unidos… se trata de coisas irregulares, ilícitas, praticadas dentro do Tribunal Superior Eleitoral naquele período, no período de 2022, onde ambos dirigiam a Corte – relatou.
– Ou seja, se o crime aconteceu, se as eleições aconteceram, ambos são responsáveis, porque se Alexandre de Moraes fez e seu vice-presidente sabia e via o que estava acontecendo, também faz parte de todo esse problema – continuou.
Tagliaferro aponta que “a pessoa que participou ali atrás de todo esse problema, hoje é a pessoa que quer a extradição”, em relação a Lewandowski, que é “a figura da Justiça brasileira”. E faz uma revelação sobre o ministro da Justiça:
– [ Lewandowski] É a pessoa que pede celeridade. Eu tenho informação de que ele manda diversos pedidos com urgência não só com o meu problema, mas com relação ao próprio problema da [Carla] Zambeli. A sede de calar, o medo de que tudo seja revelado – afirmou.
O perito indica que há um “medo” por parte desses agentes públicos de que descubram que no Brasil existem “comunistas” e “pessoas que violam direitos humanos, pessoas que censuram, que calam”.
– É grande o medo deles. Eles estão com pressa, com medo. Mas se percebe, Monique, que existiu toda uma estratégia, todo um aparelhamento do Estado, né? – assinalou.