
O Itamaraty está em alerta diante da possibilidade de um encontro entre Lula e Donald Trump durante a Assembleia-Geral da ONU. A diplomacia brasileira prefere agir com extrema cautela para evitar constrangimentos que possam colocar o petista em situação delicada diante do presidente norte-americano.
A comparação feita nos bastidores é com o episódio envolvendo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que foi exposto publicamente por Trump, teve almoço cancelado e saiu da Casa Branca de maneira constrangedora. O receio é que Lula passe por situação semelhante, caso o encontro bilateral ocorra sem acordos prévios bem amarrados.
O discurso de Trump na ONU, marcado por críticas diretas ao cenário brasileiro e alertas sobre supostas ameaças às liberdades, reforçou o clima de tensão. O Itamaraty avalia que qualquer aproximação deve focar apenas em temas econômicos, evitando discussões políticas que possam gerar desgaste adicional ao governo brasileiro.
Internamente, a equipe de Lula teme ainda o impacto político no Brasil. Isso porque parlamentares de oposição já utilizam as sanções impostas pelos EUA como arma contra o governo, e qualquer gesto de reaproximação pode ser explorado como sinal de fraqueza. Por isso, cada passo está sendo calculado para não alimentar ainda mais a crise.
A estratégia é clara: evitar improvisos e reduzir riscos. Qualquer agenda entre Lula e Trump só será confirmada se houver garantia de que os interesses brasileiros não serão novamente colocados em xeque diante da pressão norte-americana.