
Na noite desta terça-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou a PEC da Blindagem, proposta que agora segue para o Senado e promete mudar o jogo político em Brasília. A medida torna muito mais difícil a prisão e a abertura de ações penais contra parlamentares, dando ao próprio Legislativo a palavra final sobre quem pode ou não virar réu — por meio de uma votação secreta.
A aprovação atinge diretamente o cerco imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, acusado de extrapolar suas funções. Um dos maiores beneficiados seria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que poderia voltar ao Brasil, reassumir o mandato e se preparar para 2026 sem o risco de perseguições judiciais.
Defendida fortemente pelo PL, a PEC também conquistou apoio expressivo do Centrão e de outros partidos, insatisfeitos com a onda de investigações abertas pelo STF em processos cada vez mais politizados. Para muitos deputados, a aprovação foi um grito contra os abusos de um Judiciário que age como poder acima dos demais.
Na prática, a PEC representa uma tentativa de restabelecer o equilíbrio entre os poderes, tirando do Supremo o papel de árbitro absoluto e devolvendo ao Congresso a prerrogativa de proteger seus membros diante de acusações políticas.
Agora, a bola está com o Senado Federal. Se a proposta for aprovada também pelos senadores, será uma das maiores derrotas políticas do STF e um marco na resistência contra o autoritarismo judicial que vem marcando o governo Lula.