O senador Davi Alcolumbre (União-AP) está sob forte pressão para revelar quais gabinetes do Senado foram visitados pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como um dos principais operadores do esquema bilionário de fraudes em aposentadorias.
Alcolumbre, no entanto, insiste em manter a decisão de seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que impôs sigilo de 100 anos à lista de gabinetes visitados por Careca nos últimos anos. A blindagem tem gerado desconfiança e revolta, já que pode esconder nomes de parlamentares ligados direta ou indiretamente ao escândalo.
Há duas semanas, durante reunião com o presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Alcolumbre reafirmou que não abrirá os dados, repetindo a estratégia de Pacheco. Mas a situação pode mudar quando o Careca prestar depoimento no colegiado e dificilmente escapará de perguntas diretas sobre quais senadores recebia e quem facilitava seus acessos dentro do Congresso.
Caso ele responda, a revelação terá peso explosivo, pois pode expor quem Pacheco e Alcolumbre têm protegido a todo custo. O depoimento poderá desmontar a narrativa do sigilo e abrir uma crise política de grandes proporções no Senado, onde cresce a sensação de que o escândalo do INSS ameaça arrastar para a lama nomes de peso da República.
A CPMI do INSS cancelou a reunião marcada para esta segunda-feira (15.set) depois que Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, comunicou que não compareceria. A decisão veio na esteira do despacho do ministro André Mendonça (STF), que desobrigou o investigado de ir à comissão, deixando a presença como facultativa. A direção da CPMI afirma que o depoimento é crucial para esclarecer o esquema de fraudes e estuda novos passos.