A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos atingiu um nível inédito após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF. O embaixador Christopher Landau, secretário de Estado adjunto e número 2 de Marco Rubio, declarou que as relações entre os dois países chegaram ao “ponto mais sombrio em dois séculos”, responsabilizando diretamente o ministro Alexandre de Moraes.
“Os Estados Unidos condenam o uso da lei como arma política. Como advogado, diplomata e amigo do Brasil, me dói ver Alexandre de Moraes destruindo o estado de direito e levando nossas relações ao seu ponto mais sombrio em dois séculos”, escreveu Landau em seu perfil no X (antigo Twitter). Ele ainda alertou que, enquanto o Brasil deixar seu destino nas mãos de Moraes, não haverá solução para a crise.
As declarações foram publicadas após Marco Rubio afirmar que o governo Trump responderá de forma dura às perseguições políticas promovidas pelo ministro. Rubio chamou Moraes de “violador de direitos humanos sancionado” e classificou a condenação de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”, prometendo novas sanções contra o Brasil.
Entre as medidas em estudo em Washington estão a extensão da Lei Magnitsky a outros ministros do STF e seus familiares, a suspensão de vistos e até a imposição de tarifas adicionais contra o Brasil por suas compras de petróleo russo. Fontes afirmam que Viviane Barci Moraes, esposa do ministro, poderá ser incluída em breve na lista de sancionados.
Na semana passada, o próprio Rubio já havia dito a empresários brasileiros da CNI que a questão tarifária era puramente política. O recado foi claro: não adianta fazer lobby em Washington, e sim em Brasília — enquanto Lula e Moraes seguirem à frente, a relação bilateral estará condenada ao colapso.