
Uma pesquisa realizada pelo Instituto IBESPE entre os dias 1º e 4 de setembro, com 1.008 entrevistados, trouxe um cenário preocupante para o governo de Lula (PT). O levantamento mostra que a rejeição ao petista subiu mais de seis pontos desde junho, passando de 40,4% para 46,9%, muito próximo do índice mais alto já registrado em março, de 47%. Já a aprovação permaneceu praticamente parada, variando de 34,1% para 34,5%.
O dado mais simbólico vem do Nordeste, região considerada reduto histórico do PT. Em junho, a aprovação de Lula por lá era de 54,9%, mas caiu para 49,9% em setembro. Ao mesmo tempo, a rejeição subiu de 33,8% para 36,3%, um movimento que mostra perda de terreno justamente onde o presidente sempre teve mais conforto eleitoral.
Esses números indicam que a insatisfação com o governo não está restrita a regiões específicas, mas se espalha por todo o país. A estagnação da aprovação, somada ao aumento expressivo da rejeição, reforça o desgaste acelerado da gestão, marcada por problemas econômicos, instabilidade política e denúncias de escândalos.
O fato de até o Nordeste mostrar queda de apoio sinaliza que o governo começa a perder sua base mais fiel, abrindo espaço para a oposição ampliar sua força política. Se essa tendência continuar, Lula pode enfrentar um cenário de isolamento ainda mais crítico, com dificuldades para manter o mínimo de sustentação popular que historicamente o ajudava.