Explosiva a reportagem da Revista Veja, publicada neste final de semana, sobre os diálogos trocados entre o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e o advogado Eduardo Kuntz.

Transcrevemos:

“Em mensagens trocadas com o advogado Luiz Eduardo Kuntz por meio de uma rede social, o tenente-coronel Mauro Cid detalhou uma série de conversas que teriam sido mantidas entre o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com Cid, foi o próprio chefe do Exército quem detalhou os diálogos a ele e ao pai dele, o general Mauro Lourena Cid. O general Tomás e o ministro do Supremo têm uma sabida boa relação. Apesar disso, interlocutores do comandante afirmam que ele jamais repassou à família Cid informações sobre o Supremo ou Moraes.

As conversas entre Kutz e Mauro Cid aconteceram entre janeiro e março de 2024 por meio do perfil no Instagram @gabrielar702, que supostamente pertencia à mulher do militar. À época, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro já havia firmado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Na última segunda-feira, 16, Kuntz anexou à investigação no Supremo sobre a tentativa de golpe, relatada por Moraes, a íntegra das conversas com Mauro Cid.

Bolsonaro ‘acabou com a vida dele’

Eduardo Kutz é responsável pela defesa do coronel Marcelo Câmara, que trabalhou com Cid na ajudância de ordens e também é alvo de investigação do STF. Em um dos trechos, o advogado afirma que a prisão de seu cliente é uma ‘vergonha’ e tem como objetivo pressioná-lo a ‘tentar fazer com ele o que fizeram com você’.

Cid, então, afirma que ‘ele’, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, ‘não vai soltar tão cedo’. ‘Ele tem raiva e ódio… Ele acha que o Pr [presidente Jair Bolsonaro] acabou com a vida dele…’, respondeu.

Na sequência, o militar afirma de onde veio essa informação: ‘CMT EB que conversou com ele e passou para o meu pai’, disse Cid, referindo-se ao comandante do Exército Brasileiro, Tomás Paiva. O militar também disse que o general Tomás e o pai dele ‘conversam sempre’.

O militar ainda concluiu que Moraes ‘vai querer acabar com a vida do Pr [ex-presidente Bolsonaro] e do entorno’. Marcelo Câmara é investigado, entre outras coisas, por monitorar o ministro Alexandre de Moraes depois das eleições de 2022.

‘Falo quando ele encontra’ o ministro

Em outro trecho, Mauro Cid é questionado se tem falado com mais alguém. ‘Com ninguém… Eu só falo com o CMT EB [general Tomás] quando ele encontra com o AM [Alexandre de Moraes]…’, respondeu.

O advogado então questiona se o comandante e Moraes têm se falado bastante e sobre uma suposta ordem do general de ‘mandar o Carmona [general que chefia o Comando Militar do Planalto] organizar os quartos’.  ‘Foi verdade… Quando eu estava preso… Eles já estavam preparando para o Pr [ex-presidente Bolsonaro]’, respondeu o militar.

Ressentimento com o chefe do Exército

Demonstrando um certo ressentimento, Cid também escreveu que o general Arruda, antecessor de Tomás Paiva na chefia do Exército, ‘nunca deixaria eu ser preso’.

Em outro trecho, afirma que pediu para seu pai não falar com o chefe do Exército sobre a promoção a coronel, uma das ambições do Cid mesmo após as investigações, porque não ia se ‘rebaixar’.

‘Mas uma coisa é certa… O Gen Tomás, que já não tem apoio na força, vai perder tudo de vez’, afirma.”

By Jornal da Direita Online

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