
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos enviou uma comunicação oficial a instituições financeiras brasileiras, cobrando informações sobre a aplicação das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela Lei Magnitsky. O documento partiu do Ofac (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) nesta terça-feira (2), justamente no dia em que começou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Corte.
A notificação marca o primeiro passo para verificar se os bancos do Brasil estão cumprindo as determinações da lei americana. Caso seja identificado descumprimento, o Tesouro pode aplicar sanções secundárias, incluindo multas a instituições brasileiras e até punições a executivos de bancos. A medida é vista como um forte recado: quem tentar proteger Moraes poderá ser atingido pelo sistema financeiro global.
Fontes revelam que ao menos um banco já bloqueou cartão internacional de Moraes, substituindo-o por cartão Elo, restrito ao uso nacional. Isso confirma que os efeitos da sanção já atingem diretamente o ministro. Nos bastidores, a preocupação é grande, já que bancos com presença nos EUA não podem ignorar ordens do Ofac sem risco de retaliação.
Enquanto isso, aliados de Bolsonaro se movimentam. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo estiveram reunidos com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçando denúncias de que o Brasil ainda não cumpre integralmente as sanções. O governo americano acusa Moraes de promover prisões arbitrárias, censura a opositores e bloqueios de contas digitais, enquadrando suas ações como violações de direitos humanos.
A ofensiva já atingiu em cheio a cúpula do Judiciário e do governo petista: oito ministros do STF e o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, tiveram os vistos suspensos. Além deles, familiares de autoridades também foram atingidos — como a esposa e a filha do ministro Alexandre Padilha, do Ministério da Saúde. Nos EUA, cresce a pressão para que sejam aplicadas novas punições financeiras e até a revisão de exceções às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
O que antes parecia apenas retórica agora se traduz em ações concretas. O recado de Washington é claro: o sistema financeiro internacional não vai se curvar ao autoritarismo do STF brasileiro.