
Na análise contundente do jornalista Cláudio Dantas, o verdadeiro réu no julgamento histórico que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF) deveria ser o ministro Alexandre de Moraes, e não o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o jornalista, as denúncias recentes feitas pelo ex-assessor Eduardo Tagliaferro escancaram uma das maiores farsas jurídicas da história brasileira, revelando fraudes processuais e perseguição política.
Dantas destacou que o julgamento de Bolsonaro vai muito além da figura do ex-presidente. Segundo ele, é a própria Justiça brasileira que está sendo julgada, por meio de ministros que agem sem imparcialidade e praticam abuso de poder de forma reiterada. A denúncia mais grave é de que Moraes teria ordenado a construção de provas retroativas, após mandar a Polícia Federal invadir casas de empresários apenas com base em matérias da imprensa.
Tagliaferro revelou documentos, planilhas e e-mails que demonstram como a operação contra empresários bolsonaristas foi montada de forma arbitrária. A publicação no site Metrópoles ocorreu em 17 de agosto de 2022, mas Moraes só autorizou a busca e apreensão no dia 23 — e o suposto embasamento legal foi forjado cinco dias depois, em 27 de agosto. O ex-assessor disse ainda que escondeu seu notebook com medo de uma operação contra ele, dormindo até no carro para preservar as provas.
Outro ponto explosivo do depoimento foi a menção ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que, segundo Tagliaferro, teria alinhado com Moraes condenações em “pacotinhos de 100 e 200 pessoas”. O caso lembra o conluio que levou à anulação da Lava Jato, agora replicado para perseguir apoiadores de Bolsonaro. Dantas não poupou críticas, classificando o processo como um fichamento ideológico, típico de regimes autoritários.
Ao final, o jornalista foi categórico: não é Bolsonaro quem deveria estar no banco dos réus, mas o próprio Moraes. Para ele, o ministro já não possui condições de permanecer na Suprema Corte e muito menos de conduzir um julgamento que afeta diretamente a democracia brasileira. As revelações de Tagliaferro colocam em xeque não só a imparcialidade de Moraes, mas também a credibilidade do STF diante do povo e da comunidade internacional.