Mensagens reveladas pelo advogado Luiz Eduardo Kuntz, trocadas com Mauro Cid via Instagram, jogam luz sobre supostos bastidores perigosos entre o ministro Alexandre de Moraes e o general Tomás Paiva, comandante do Exército. Segundo Cid, o próprio general relatou a ele e ao pai detalhes de encontros com Moraes — encontros esses que estariam diretamente ligados à perseguição política contra Jair Bolsonaro.
Trechos da conversa, agora anexados ao inquérito conduzido pelo próprio Moraes no STF, mostram Cid afirmando que o ministro age movido por ódio: “Ele [Moraes] não vai soltar tão cedo. Ele tem raiva e ódio… Ele acha que o presidente Bolsonaro acabou com a vida dele…”. As mensagens trocadas ocorreram entre janeiro e março de 2024, quando Cid já estava formalmente colaborando com a Polícia Federal.
O mais grave é a referência explícita à intenção de destruir não só Bolsonaro, mas todo seu entorno político: “Vai querer acabar com a vida do presidente e do entorno”. Cid também apontou que só se comunicava com o comandante do Exército quando este se encontrava com Moraes, levantando sérias dúvidas sobre até onde vai o alinhamento entre as Forças Armadas e a cúpula do Judiciário.
Quando questionado por Kuntz sobre a frequência das reuniões entre Moraes e o general Tomás, Cid confirmou e ainda trouxe à tona uma ordem obscura para “preparar quartos” quando ele estava preso. Segundo ele, seria uma preparação relacionada ao próprio Bolsonaro, o que aumenta a suspeita de movimentações sigilosas e politizadas dentro de setores que deveriam prezar pela neutralidade institucional.
Oficialmente, o Exército nega que Tomás Paiva tenha compartilhado informações com os Cid, mas o conteúdo das mensagens, agora de posse do STF, promete colocar ainda mais pressão sobre o Judiciário e expor os bastidores de uma articulação que parece cada vez menos jurídica e cada vez mais política — com Lula, Moraes e seus aliados jogando pesado para eliminar a oposição.