
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou nesta quarta-feira (29) um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), apresente um relatório detalhado sobre a megaoperação policial que desarticulou o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão. A solicitação foi feita em cumprimento a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, que exigiu manifestação da PGR diante do número de mortos registrados na ação.
No parecer, Gonet reforçou as mesmas exigências do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que acompanha o cumprimento da ADPF 635, a chamada “ADPF das Favelas”, que impõe restrições às operações policiais no Rio. O procurador pediu informações detalhadas sobre justificativas formais para o uso da força, armamentos empregados, quantidade de agentes envolvidos e números oficiais de mortos, feridos e presos, além de medidas adotadas para assistência a vítimas e familiares.
O documento da PGR também cita o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que atua no caso como amicus curiae. Segundo Gonet, o órgão defende a criação de “medidas complementares e urgentes de monitoramento e fiscalização” sobre a letalidade policial no estado, embora não tenha especificado que ações deveriam ser tomadas. O procurador afirmou que novas providências poderão ser avaliadas após a chegada das informações solicitadas ao governo do Rio.
Nos bastidores, a medida foi interpretada como mais uma tentativa de constranger Cláudio Castro e as forças de segurança estaduais, em meio à ofensiva política da esquerda contra a operação que enfraqueceu o Comando Vermelho. Enquanto a população fluminense aplaude o resultado da ação, a cúpula de Brasília pressiona o governo estadual, reforçando o abismo entre quem combate o crime nas ruas e quem tenta limitar o trabalho da polícia nos tribunais.
