
Depois de mais de três semanas de espera, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), finalmente autorizou que o ex-deputado Daniel Silveira seja submetido a uma cirurgia no joelho direito. A decisão veio após a Procuradoria-Geral da República (PGR) dar parecer favorável, reconhecendo a gravidade do quadro clínico do ex-parlamentar.
Desde o dia 24 de junho, a defesa de Silveira aguardava uma resposta do STF, mesmo tendo apresentado laudos médicos e ressonância magnética que comprovam o desgaste no joelho. Os advogados ressaltaram que o caso exigia cirurgia de urgência, mas o ministro optou por solicitar uma nova perícia, o que gerou críticas pela demora e pela morosidade em situações de saúde.
O médico designado pela Justiça confirmou que Silveira sofre lesões pertinentes, sendo necessária, com “brevidade”, a reconstrução do ligamento cruzado anterior e reparo meniscal. O ex-parlamentar já lidava com esse problema desde 2021, e a lesão se agravou nos últimos dois meses enquanto cumpria pena na Colônia Agrícola de Magé, no Rio de Janeiro.
A autorização para o procedimento, no entanto, não veio sem restrições. Moraes determinou que a cirurgia seja feita em rede privada conveniada ao plano de saúde do próprio Silveira, ficando sob responsabilidade da defesa providenciar a validação junto à entidade médica. A decisão levanta novamente o debate sobre a burocratização judicial imposta a adversários políticos do sistema.
Mesmo com o laudo confirmando o risco à saúde, o processo só andou após pressão da defesa e exposição pública do caso. O episódio reforça a percepção de que direitos básicos, como o acesso à saúde, podem ser obstaculizados por decisões políticas travestidas de medidas judiciais, especialmente quando o alvo é uma figura pública de oposição ao atual sistema.