
O pastor Silas Malafaia, líder evangélico de destaque, foi oficialmente incluído em inquérito da Polícia Federal que investiga possíveis ações de obstrução ao processo no qual Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. A investigação, aberta em maio, reúne nomes de figuras políticas e influenciadores próximos ao ex-presidente, como Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo.
Investigadores apontam que Malafaia teria incentivado ações que dificultaram o andamento do caso, envolvendo crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e até tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, conforme descrição do ministro relator Alexandre de Moraes. Segundo relatos, a ação também mira mobilizações que pressionaram por sanções internacionais contra o Brasil e ataques ao STF.
O insumo para a inclusão do pastor no inquérito inclui a organização do ato de apoio a Bolsonaro realizado em 3 de agosto, ocasião em que foi veiculado um vídeo com o ex-presidente mesmo sob medidas judiciais restritivas, o que posteriormente resultou em sua prisão domiciliar no dia 4 de agosto. O discurso se tornou mais explícito ao defender publicamente o impeachment e prisão de Alexandre de Moraes.
O episódio reflete a escalada das investigações sobre tentativas de desestabilizar instituições, associando o discurso religioso e político à responsabilidade cidadã. A inclusão de Malafaia amplia os contornos da operação, mostrando que as apurações não se limitam a expoentes militares ou vinculados diretamente à política, mas também atingem influenciadores religiosos com força mobilizadora.