
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua esposa, a primeira-dama Janja, devem embarcar para Roma nos próximos dias para acompanhar o funeral do Papa Francisco. O falecimento do pontífice foi confirmado nesta segunda-feira (21), após um AVC e colapso cardiocirculatório. A cerimônia está marcada para sábado (26), no Vaticano, às 10h no horário local, ou 5h da manhã no horário de Brasília. Como de costume, o governo brasileiro não perdeu tempo e decretou luto oficial de sete dias, transformando o episódio em palco para aparições diplomáticas.
O anúncio da comitiva foi adiado para esta terça-feira (22), com o Planalto informando que a definição dos nomes depende da liberação dos protocolos do Vaticano. Lula deve seguir acompanhado de aliados e autoridades, numa tentativa clara de ampliar sua presença simbólica internacional, mesmo diante de um país enfrentando crises econômicas, políticas e sociais. A viagem de caráter supostamente institucional deve, mais uma vez, custar caro aos cofres públicos, ainda que se esconda sob o manto da diplomacia.
Não é a primeira vez que Lula busca visibilidade internacional usando o Papa Francisco como escada. Em 2020, ainda antes de sua nova candidatura presidencial, o petista foi recebido pelo Papa no Vaticano, em um gesto amplamente explorado pela esquerda para tentar amenizar as manchas de corrupção e processos judiciais. Já em 2023, como presidente, Lula voltou a encontrar o pontífice, acompanhado de Janja, buscando reforçar a imagem de homem de diálogo e paz, apesar de sua retórica política autoritária e seu histórico de alianças com ditaduras socialistas.
Em outra ocasião, no G7 na Itália, Lula insistiu na pauta ambiental e globalista, convidando o Papa Francisco para participar da COP30, programada para o fim de 2025 em Belém (PA). O movimento é típico da nova estratégia petista: transformar eventos religiosos ou ambientais em trampolins de protagonismo político, mesmo que em meio a um cenário fiscal catastrófico e um país com milhões de desempregados e abandonados.
Recentemente, Janja também esteve sozinha com o Papa, em nova tentativa de reforçar o vínculo político-simbólico entre o Vaticano e a narrativa de “governo popular” adotada pela esquerda brasileira. Durante a visita, o pontífice teria questionado sobre a saúde de Lula e demonstrado apoio à proposta de combate à fome promovida pelo Brasil no G20, projeto que muitos enxergam como populismo travestido de solidariedade.
A aproximação constante de Lula com o Vaticano em momentos estratégicos deixa evidente a tentativa de instrumentalizar a figura do Papa para ganhar respaldo político, especialmente agora que a popularidade do governo derrete no Brasil. A escolha do momento para se mostrar ao lado da fé católica é, no mínimo, conveniente. Mais uma vez, a esquerda prova que não há tragédia que não possa virar palanque.