
Líder do PT na Câmara, o deputado federal Lindbergh Farias (RJ) publicou um vídeo para reclamar da entrevista de Roberto Campos Neto à Folha de S.Paulo, publicada neste domingo, 6.
“Gente, é de embrulhar o estômago. É muito cinismo. Eu li a entrevista de Roberto Campos Neto na Folha de S.Paulo. Ele, que foi presidente do Banco Central e agora é lobista do Nubank, que paga muito pouco imposto, viu pessoal? Ele diz que o ‘nós contra eles’ divide o país. É preciso unir o Brasil. A união cara-cu, [em] que a elite entra com a cara, eles, os milionários, e o povo se ferra”, reclamou o petista.
“Veja bem, o que eles mais fazem é campanha do ‘eles contra nós’. É uma campanha cotidiana. Nos fóruns econômicos, os milionários dizem o seguinte: ‘Olha, é a questão fiscal. Nós temos que desvincular o salário mínimo da Previdência, ou seja, o aposentado ganhar menos que um salário mínimo’. Então, eles defendem isso cotidianamente, tira da saúde, da educação. Agora, quando a gente fala das injustiças tributárias, ah, não. Isso é ‘nós contra eles’. Ou seja, eles querem que o povo fique calado, que o povo não reclame”, seguiu Lindbergh.
O deputado federal seguiu na ladainha petista por mais alguns segundos, para tentar justificar o aumento de impostos, cujo objetivo real é sustentar a gastança do perdulário governo Lula, e pediu para a militância subir duas tags nas redes sociais: “rico tributado” e “5 mil isentado”.
Campos Neto
O que Campos Neto disse sobre a disputa de ricos contra pobres alardeada pelo PT não tem nada de original. Esse é exatamente o discurso dos petistas desde que a tentativa do governo Lula de aumentar alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi confrontada pelo Congresso.
Na primeira entrevista concedida após deixar o comando do Banco Central, o indicado por Jair Bolsonaro para o cargo respondeu pela primeira vez diretamente o que chamou de “narrativa política infundada” do PT.
Os petistas tentam atribuir, até hoje, as sucessivas elevações da taxa básica de juros a Campos Neto, apesar de a autoridade monetária estar sob comando de Gabriel Galípolo, indicado por Lula, desde 1º de janeiro.
A Selic chegou, após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a 15% ao ano, o maior patamar da taxa básica de juros em 19 anos.