O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu recorrer contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara que pede a sua cassação. Na noite desta terça-feira (22), ele protocolou um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tentando impedir o avanço do processo que pode encerrar seu mandato por quebra de decoro.
O documento questiona diretamente o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), acusando-o de agir com parcialidade e cometer irregularidades na condução do processo. A defesa do deputado afirma que houve inconstitucionalidades gritantes, e que os atos do relator devem ser anulados por estarem, segundo eles, “eivados de nulidade absoluta e incorrigível”.
Em entrevista após protocolar o recurso, Glauber repetiu a narrativa de perseguição política, tão comum entre os parlamentares da esquerda quando são cobrados por seus atos. Ele afirmou que está sendo calado por uma “maioria de ocasião” e que sua voz está sendo suprimida de forma desproporcional e perigosa.
A defesa também aponta a ausência de fatos concretos na acusação. Segundo os advogados, a denúncia não apresenta provas específicas e a narrativa dos eventos não leva logicamente à conclusão pela cassação, tornando o processo falho desde sua origem.
Agora, a CCJ terá até cinco dias úteis para analisar o recurso apresentado. Se o pedido de arquivamento for negado, o processo seguirá para o plenário da Câmara, onde os deputados decidirão se Glauber Braga manterá ou não seu mandato.
Em paralelo, a bancada do PSOL se reuniu com o presidente da comissão para tentar um plano B. Caso o arquivamento não avance, o partido articula para que Glauber receba apenas uma punição mais branda, como uma suspensão temporária. O parlamentar é acusado de agredir com chutes e empurrões um militante do MBL dentro da própria Câmara, em abril de 2024.