O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, criticou uma publicação feita pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil que, segundo ele, indicaria monitoramento de ministros da Corte. Em mensagem divulgada nas redes sociais, Dino declarou que essa não é uma atribuição de embaixadas e que tal postura contraria práticas diplomáticas usuais.
A manifestação ocorreu após o Itamaraty convocar o encarregado de negócios dos EUA, Douglas Koneff, para prestar esclarecimentos sobre a postagem. O conteúdo havia mencionado o ministro Alexandre de Moraes em meio às recentes sanções aplicadas pelos EUA com base na Lei Magnitsky, o que gerou repercussão política.
Dino ressaltou que a função de representações diplomáticas é manter relações institucionais e de cooperação, sem adotar ações que possam ser interpretadas como interferência em assuntos internos. Segundo ele, o respeito à soberania nacional deve prevalecer nas relações bilaterais.
O caso se soma a outros episódios de atrito entre Brasil e Estados Unidos nos últimos meses, especialmente após medidas adotadas contra autoridades brasileiras. O posicionamento de Dino foi publicado no mesmo dia em que parlamentares discutiam os impactos políticos e diplomáticos das sanções.
A Embaixada dos EUA não comentou diretamente as declarações do ministro. O episódio segue repercutindo no meio político e diplomático, com expectativa de novos desdobramentos nas próximas semanas.