
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) publicou nas redes sociais que os Estados Unidos deveriam dar uma “olhadinha” no ator Wagner Moura, a quem chamou de “extremista”.
A postagem do parlamentar foi direcionada a autoridades americanas, como Marco Rubio e Christopher Landau, com o pedido de que investiguem o comportamento do artista residente nos EUA. A acusação de Gayer se baseia nas críticas de Moura ao presidente americano Donald Trump e seu apoio ao ministro do STF Alexandre de Moraes que foi declarado violador dos direitos humanos pelos EUA
Wagner Moura, atualmente vivendo nos Estados Unidos, teria afirmado em entrevista à BBC News Brasil que sente “inveja” por parte de americanos pelo fato de o Brasil julgar seus próprios ex-governantes por crimes contra a democracia. Essa declaração inflamou ainda mais o discurso de Gayer, que interpretou tais palavras como ataque ao presidente Trump e à soberania americana.
O deputado sugeriu que Moura, mesmo vivendo fora do Brasil, continua ativamente envolvido em manifestações políticas, apoiando figuras controversas como Alexandre de Moraes e criticando instituições como o Judiciário americano.
Ele questiona se isso não justificaria algum tipo de monitoramento ou ação das autoridades dos EUA, insinuando que o ator poderia representar uma ameaça do tipo “extremista originário do exterior”.
A repercussão foi imediata: críticas vieram de opositores de Gayer, que acusam o deputado de perseguição política e violação do direito à liberdade de expressão de Moura. Argumenta-se também que as falas de Moura, ainda que controversas para alguns, são parte legítima de crítica política em uma democracia. Há preocupação com o efeito intimidatório desse tipo de cerco institucional para artistas, intelectuais ou qualquer um que se manifeste contra poderosos.
Por outro lado, apoiadores de Gayer veem sua provocação como justa resposta diante do que consideram ataques frequentes do ator a líderes conservadores. Para esse grupo, o discurso de Moura ultrapassa limites aceitáveis de crítica política, transformando-se em campanha ideológica. O episódio reabre o debate sobre liberdade artística, responsabilidade social e os limites da crítica num país polarizado como o Brasil.