O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reagiu a uma pesquisa da Futura Inteligência que revelou que 52,6% dos brasileiros não veem a Corte com bons olhos. Em declaração recente, Barroso afirmou que a relevância de um tribunal não deve ser avaliada por pesquisas de opinião, destacando que o papel do STF é proteger a Constituição e os direitos fundamentais, mesmo que isso gere descontentamento popular em alguns momentos. “Nós sofremos também muitas críticas injustas e muitas incompreensões acerca do nosso trabalho”, disse ele.


Barroso defendeu que o STF frequentemente toma decisões impopulares, mas necessárias, como a garantia de direitos de minorias ou o enfrentamento de crises institucionais. Ele sugeriu que a percepção negativa reflete, em parte, campanhas de desinformação e ataques coordenados contra a Corte, especialmente após julgamentos polêmicos, como os relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023 e às investigações sobre tentativa de golpe. Para o ministro, o tribunal não pode se guiar pela opinião pública volátil, mas sim por princípios jurídicos sólidos.


A pesquisa da Futura, realizada entre 20 e 25 de março, ouviu 2 mil pessoas e apontou que apenas 20,8% avaliam o STF positivamente, enquanto 26,6% se dizem neutros. Os números contrastam com a imagem que o Judiciário já teve em períodos como a Operação Lava Jato, quando gozava de maior apoio. Barroso reconheceu o desgaste, mas atribuiu parte dele a “incompreensões” sobre o funcionamento da Corte, que nem sempre consegue comunicar suas decisões de forma acessível ao público.


O comentário de Barroso vem em um momento de tensão entre o STF e setores da sociedade, incluindo parlamentares e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que questionam a atuação de ministros como Alexandre de Moraes. Apesar disso, o presidente da Corte reforçou que o STF não busca popularidade, mas legitimidade perante a lei. Ele também mencionou avanços, como a redução da pauta de julgamentos e a modernização do tribunal, como contraponto às críticas.


A fala de Barroso reflete uma tentativa de blindar o STF contra a pressão pública, mas não apaga o desafio de lidar com a crescente desconfiança. Enquanto a Corte segue como guardiã da Constituição, o descolamento entre sua visão institucional e a opinião popular permanece um ponto de atrito, alimentando debates sobre seu papel e sua relação com os outros poderes.

By Jornal da Direita Online

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