
A recente aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes escancarou uma realidade que muitos preferem ignorar: o planeta inteiro, inclusive o Brasil, é refém da infraestrutura tecnológica, financeira e digital dos Estados Unidos. As sanções impostas pelos EUA não atingem apenas um nome na lista de violadores de direitos humanos, mas mostram como a hegemonia americana é construída sobre inovação, confiança e integração global, sem precisar de exércitos ou tanques de guerra.
Hoje, nenhuma outra potência – nem China, nem Rússia – conseguiu criar um ecossistema confiável, interoperável e globalmente aceito para rivalizar com os EUA. A base da economia e da comunicação moderna está assentada em tecnologias, redes e padrões americanos. Do Pix hospedado em nuvem Amazon, aos cartões Nubank operando via Mastercard, passando pelo WhatsApp, Gmail, iPhones, certificados digitais e o sistema SWIFT, tudo depende da engrenagem construída nos EUA.
A narrativa política de “romper com os americanos” ou de criar uma “soberania digital brasileira” é fantasia ideológica. Uma tentativa de desvinculação do sistema americano significaria apagão digital e colapso econômico imediato, deixando o país sem serviços bancários, aplicativos de comunicação, plataformas de pagamento e até infraestrutura de internet.
Nem os gigantes chineses, como Alibaba, Tencent e Huawei, escapam desse domínio: operam em ecossistemas que precisam se alinhar aos padrões dos EUA e vivem sob o risco de sanções e bloqueios. A Rússia, isolada e fora do SWIFT, já experimenta na prática o preço de desafiar esse sistema. Não há “bloco alternativo” funcionando no mundo moderno, apenas tentativas regionais com baixa confiabilidade.
Essa força não é imposta pela força bruta, mas sim pela capacidade única de inovação descentralizada que os EUA construíram ao longo de décadas: universidades de ponta, capital de risco, propriedade intelectual protegida, ambiente competitivo e livre circulação de ideias. É isso que gera confiança global, algo que não se cria por decreto.
Quando os EUA acionam a Lei Magnitsky, não há escapatória. Contas são bloqueadas, cartões deixam de funcionar, bancos perdem acesso ao dólar, redes sociais derrubam perfis, serviços digitais são encerrados. Um poder absoluto, silencioso e imediato, capaz de paralisar um sistema inteiro sem disparar um único tiro.
Gostando ou não, o mundo moderno gira nas engrenagens criadas e controladas pelos EUA. O caso Moraes é só mais um lembrete de que quem viola direitos humanos e desafia princípios universais de liberdade não enfrenta apenas a opinião pública, mas toda a infraestrutura que mantém a economia e a comunicação global funcionando.