
O ministro Alexandre de Moraes decidiu incluir o deputado Filipe Barros (PL-PR) no inquérito que já investiga Eduardo Bolsonaro por suposto “crime contra a soberania nacional”. A decisão foi tomada na quinta-feira (24) e, como sempre, com base em interpretações convenientes da lei. A motivação? Barros teria participado de reuniões com autoridades dos Estados Unidos denunciando a censura promovida pelo próprio Moraes no Brasil.
Segundo o despacho, Barros teria atuado ao lado de Eduardo em uma viagem oficial aos Estados Unidos para alertar parlamentares norte-americanos sobre os abusos do STF. Um dos principais alvos da conversa foi o congressista Cory Mills, presidente do Subcomitê de Inteligência e Segurança Nacional dos EUA, com quem trataram da possibilidade de sanções pela Lei Magnitsky contra Moraes por violações de direitos humanos.
A petição que motivou o inquérito foi assinada pelo advogado Benedito da Silva Junior, defensor declarado do ativismo judicial, que acusa o deputado de comprometer o “interesse nacional” ao denunciar o autoritarismo do STF. Para Moraes, Barros cometeu “grave afronta à soberania” por simplesmente defender liberdade de expressão e transparência institucional diante do mundo.
Também pesa contra Filipe Barros uma reunião com representantes da empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, outro crítico ferrenho do STF e da censura brasileira. A visita foi custeada pela Câmara, o que agora está sendo usado como pretexto para alegar uso indevido de dinheiro público — narrativa que parece mais um artifício político do que uma preocupação legítima com ética ou moralidade.
Na prática, Moraes tenta intimidar qualquer parlamentar que ousar denunciar seus abusos no exterior. A tentativa de silenciar vozes dissonantes avança com cada novo nome que entra na mira do STF. Filipe Barros agora passa a ser mais um símbolo da resistência contra a tirania institucional que o Brasil vive hoje. Mas quanto mais eles perseguem, mais o povo acorda.