
A empresa Havan, do empresário Luciano Hang, foi notificada pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) para apagar vídeos que mostravam suspeitos de furto em suas lojas. A série chamada de “Amostradinhos do Mês” exibia imagens de segurança com pessoas pegando produtos e saindo sem pagar.
A justificativa da ANPD foi que a prática feria a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) por exibir rostos e ações sem autorização dos envolvidos. A rede de lojas contesta a decisão e considera uma forma de censura preventiva, já que os vídeos funcionavam como alerta contra roubos. A remoção gerou polêmica nas redes sociais e dividiu opiniões.
Segundo a Havan, a exposição tinha o objetivo de inibir práticas criminosas e proteger os funcionários e clientes honestos. A empresa afirma que a publicação dos vídeos ajudou a reduzir os furtos em quase 50% em suas unidades.
Hang declarou que não irá se calar diante de criminosos e que a decisão prejudica o combate à impunidade. Para ele, os que roubam não podem ter mais proteção legal do que os que trabalham. A defesa da Havan também alega que os vídeos não continham juízo de valor e que o rosto de alguns suspeitos era borrado em respeito à legislação.
Mesmo assim, a ANPD manteve a notificação e exige que todos os vídeos sejam removidos de redes como YouTube, Facebook e Instagram. O órgão afirma que o direito à imagem está acima de qualquer exposição pública não autorizada, ainda que a pessoa esteja cometendo um crime. A Havan já recorreu formalmente e aguarda resposta da autoridade. Enquanto isso, milhares de internautas reagiram em apoio à empresa, alegando que a medida só favorece os bandidos. A polêmica reacendeu o debate sobre liberdade de expressão versus proteção de dados pessoais.
A Havan afirma que irá manter sua postura firme contra a criminalidade, mesmo com a retirada dos vídeos. Em nota oficial, a empresa disse que não aceitará ser intimidada e que continuará colaborando com as autoridades. Hang reforçou que a Havan não compactua com crimes e que é preciso proteger os lojistas do país. O caso agora deve seguir para análise judicial, caso a ANPD mantenha a decisão de punição. A discussão promete ganhar novos capítulos e pode definir o limite entre segurança pública e direitos individuais em ambientes comerciais.