Durante audiência da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, realizada nesta terça-feira (24) no Congresso dos EUA, o deputado democrata Jim McGovern tentou desqualificar o jornalista brasileiro Paulo Figueiredo — e acabou exposto ao vivo. Figueiredo participa do encontro para relatar a perseguição judicial que ele e outros brasileiros vêm sofrendo por parte do ministro Alexandre de Moraes, mesmo morando em solo americano.
O democrata, em tom sarcástico, disse que estava “feliz” por Figueiredo se sentir seguro como jornalista nos Estados Unidos, mas disparou: “Estou tentando me sentir seguro como político nos EUA”. A provocação foi imediatamente rebatida por Figueiredo com uma pergunta simples, direta e incômoda: “Tem algum político preso nos EUA?”. A indagação escancarou a diferença brutal entre o que ocorre hoje no Brasil e o que se espera de uma democracia madura.
Desconsertado, o deputado tentou justificar dizendo que “um senador foi levado ao chão e algemado” e citou o assassinato de políticos no país. No entanto, ambos os exemplos usados por McGovern são, na verdade, casos isolados e envolvem ações legítimas de segurança institucional — bem diferentes das arbitrariedades e censuras promovidas por Moraes contra parlamentares, jornalistas e empresários brasileiros.
O senador a que McGovern se referia foi Alex Padilla, que foi detido após abordagem suspeita a uma autoridade federal. Já o caso do assassinato da presidente da Câmara de Minnesota, Melissa Hortman, envolve um autor com ligações com o próprio Partido Democrata, o que torna a tentativa de comparação ainda mais contraditória.
Figueiredo deixou claro que não há equivalência entre episódios esporádicos de violência nos EUA e o sistemático sufocamento de liberdades promovido no Brasil pelo STF. Enquanto Moraes manda prender deputados, bloqueia contas, silencia jornalistas e persegue críticos, os Estados Unidos — apesar de suas falhas — ainda garantem as liberdades individuais. E foi justamente isso que Paulo fez questão de expor, diante de uma plateia internacional.