O senador Sergio Moro (União-PR) voltou a se destacar no combate ao crime organizado, ao denunciar a total falta de comprometimento do governo Lula com a segurança pública. Em discurso firme, Moro apontou que o atual governo petista não apresentou nenhuma proposta relevante contra a criminalidade em mais de dois anos de mandato. O único projeto citado pela base do governo, a chamada “PEC da Segurança Pública”, foi duramente criticado pelo senador, que classificou a proposta como “cortina de fumaça” para desviar a atenção da população.
Entre os projetos citados por Moro está o PL 3.786/2021, que cria o crime de narcocídio — homicídios vinculados ao tráfico de drogas —, um avanço importante para endurecer o combate às facções que dominam territórios e impõem terror em comunidades brasileiras. Ele também destacou o PL 5.510/2023, de sua autoria, já aprovado na Comissão de Segurança Pública. O projeto limita decisões judiciais durante plantões, evitando que criminosos escolham juízes “amigos” para conceder habeas corpus ou revogar prisões.
O ex-juiz da Lava Jato alertou que o Brasil está perdendo tempo e deixando o crime organizado avançar, porque o governo Lula não demonstra interesse real em enfrentar o problema. Segundo ele, o cenário é de retrocesso, pois não há articulação entre as esferas do Executivo e do Legislativo para enfrentar a violência. Moro lamentou que, enquanto criminosos se fortalecem, o Planalto gasta energia com narrativas políticas e disputas ideológicas.
Em um momento simbólico, Moro mencionou a visita de autoridades italianas ao Brasil, como o promotor Dario Scaletta e o professor Michele Papa, que participaram dos debates do G20 sobre crime organizado. O senador usou a ocasião para destacar a importância de ampliar a cooperação internacional no combate às organizações criminosas, cada vez mais globalizadas e sofisticadas em suas operações.
“Hoje o crime está globalizado, e não raramente o crime praticado em um país tem a lavagem do produto do crime ocorrendo em outras jurisdições”, afirmou o senador. Para ele, sem cooperação internacional, será impossível combater o tráfico, a lavagem de dinheiro e a infiltração do crime organizado na economia. Moro voltou a defender o fortalecimento de investigações conjuntas, acordos bilaterais e instrumentos legais que ampliem o alcance das autoridades.
A fala de Sergio Moro escancara uma verdade incômoda: o Brasil está à mercê do crime porque o governo Lula abandonou a pauta da segurança pública. Enquanto isso, parlamentares de oposição seguem tentando proteger a população com leis duras, enfrentando resistência e omissão de quem deveria liderar o combate ao crime.