O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou neste domingo (26) que o presidente Lula da Silva se colocou à disposição do presidente americano Donald Trump para atuar como mediador entre os Estados Unidos e o ditador venezuelano Nicolás Maduro. A proposta teria sido feita durante o encontro bilateral entre os dois líderes, realizado na Malásia, durante a 47ª Cúpula da ASEAN.
Segundo o chanceler, Lula aproveitou o momento para sugerir uma “aproximação diplomática” entre Washington e Caracas, alegando que a América do Sul seria uma “região de paz”.
“O presidente Lula levantou o tema e disse que a América Latina e a América do Sul, especificamente, é uma região de paz, e ele se prontificou a ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, afirmou Vieira.
O gesto, no entanto, foi recebido com indignação e críticas duras por parte da população e de parlamentares. Para muitos, Lula demonstra mais uma vez sua subserviência ideológica ao chavismo, colocando-se como defensor de um regime acusado de narcotráfico, censura e violações de direitos humanos. Enquanto o governo dos Estados Unidos intensifica as sanções e operações contra o cartel de Los Soles, ligado a Maduro, o petista tenta apaziguar a situação e dar sobrevida ao ditador.
A proposta de mediação foi vista como mais uma tentativa de reposicionar politicamente o Brasil na cena internacional, mas, para seus críticos, revela apenas a inversão de prioridades do governo petista. Enquanto o país enfrenta inflação, desemprego e insegurança, Lula parece preocupado em salvar um aliado ideológico que já perdeu o apoio até mesmo de antigos parceiros na América Latina.