Durante o festival The Town, em São Paulo, no último sábado (13), o cantor Júnior Lima resolveu encerrar sua apresentação com um protesto político ao gritar: “Anistia é o caralho”. A fala, aplaudida por parte do público, repercutiu fortemente nas redes sociais, especialmente entre militantes da esquerda.
No entanto, a reação mais certeira veio no domingo (14), quando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou o vídeo do momento no X (antigo Twitter) e respondeu com ironia cortante: “Gritar sem anistia é fácil. Difícil é saber quem você é sem a Sandy”. A publicação viralizou rapidamente, acumulando milhares de curtidas e comentários.
O episódio expõe novamente a tentativa de setores da classe artística de se posicionar de forma militante contra pautas ligadas à direita, ignorando o clamor popular pela anistia dos presos políticos de 8 de janeiro. Ao mesmo tempo, mostra como parlamentares como Nikolas conseguem transformar ataques da esquerda em munição política para fortalecer ainda mais sua base.
Enquanto artistas ligados ao progressismo tentam pautar o debate com frases de efeito em palcos de shows, a oposição no Congresso insiste em apontar a hipocrisia de quem se cala diante das arbitrariedades do STF e das perseguições contra Bolsonaro e seus aliados. Nikolas, mais uma vez, mostrou habilidade em usar o humor e a ironia para desmontar o discurso esquerdista.
O embate entre a classe artística e representantes da direita reforça o clima de polarização no país. De um lado, artistas que usam a música como plataforma de militância. Do outro, políticos conservadores que não deixam passar provocações sem resposta. E, como se viu neste caso, a resposta pode ser mais dura que o grito.