
O clima de tensão entre Brasília e Washington ameaça piorar a já grave situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo aliados próximos ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, um eventual anúncio de novas sanções do governo Donald Trump contra autoridades brasileiras ou familiares serviria como combustível para endurecer a perseguição contra Bolsonaro.
Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou o líder da direita a 27 anos e três meses de prisão na absurda acusação de “trama golpista”. Hoje em prisão domiciliar, Bolsonaro depende da decisão de Moraes, relator do caso, para definir se seguirá em casa ou será enviado ao complexo da Papuda, em Brasília.
A defesa do ex-presidente já se articula para tentar manter o cumprimento da pena em regime domiciliar, alegando fatores de saúde e segurança. No entanto, bastaria o anúncio de novas medidas norte-americanas para que Moraes endurecesse sua posição e determinasse a transferência imediata para a Papuda, cenário que seus aliados consideram “o pior dos absurdos possíveis”.
Esse quadro evidencia a escalada de uma perseguição política sem precedentes, na qual a sorte de Bolsonaro passa a ser usada como instrumento de retaliação em meio ao conflito diplomático entre Brasil e Estados Unidos. Para muitos, trata-se de mais uma demonstração de que a lei vem sendo usada como arma, transformando a Justiça em palco de vendetta política.