
Os Estados Unidos anunciaram a destruição de uma segunda embarcação venezuelana, alegando ligação direta com o tráfico internacional de drogas. O ataque ocorreu em águas internacionais e deixou três mortos, todos apresentados por Washington como integrantes de cartéis criminosos. A ação amplia a tensão diplomática e militar entre os dois países, já marcada por confrontos anteriores.
Este episódio acontece poucos dias após outro ataque, em 2 de setembro, quando uma primeira lancha foi afundada, resultando em onze mortes. O governo de Nicolás Maduro nega veementemente qualquer envolvimento de seus cidadãos com o narcotráfico e denuncia os ataques como agressões diretas à soberania nacional. Caracas afirma que os EUA utilizam justificativas frágeis para legitimar uma política de hostilidade.
Donald Trump sustenta que a ofensiva é parte de uma estratégia para proteger os Estados Unidos de ameaças externas ligadas ao chamado “narco-terrorismo”. Para o presidente americano, não agir diante das operações de cartéis seria abrir espaço para novas redes criminosas avançarem até o território norte-americano. O discurso é usado para reforçar a legitimidade da operação militar.
A Venezuela reagiu com duras declarações, acusando Washington de promover um ato de guerra não declarado. Maduro afirmou que não aceitará negociações enquanto persistirem as ações militares, prometendo “resistência máxima” contra o que considera ser uma invasão disfarçada. O governo mobilizou forças militares e pediu apoio internacional contra a ofensiva americana.
Especialistas em direito internacional e analistas políticos avaliam que os ataques podem abrir um grave precedente. Questiona-se a legalidade de operações armadas sem aval de organismos multilaterais e sem provas concretas divulgadas. O risco de escalada militar no Caribe preocupa a comunidade internacional, que teme um conflito direto entre as duas nações.