
Os Estados Unidos divulgaram nesta terça-feira (16 de setembro de 2025) uma determinação presidencial em que adicionam Afeganistão, Colômbia, Bolívia, Birmânia e Venezuela à lista de países que “falharam demonstravelmente” em cumprir obrigações internacionais de combate ao narcotráfico. A decisão pode implicar cortes de ajuda externa e sanções diplomáticas, embora algumas medidas sejam flexibilizadas por razões de interesses estratégicos.
No caso da Colômbia, o presidente Gustavo Petro foi citado diretamente: os EUA apontam que a cultivo de coca e produção de cocaína atingiram níveis recordes em seu governo, e que tentativas de negociar com grupos rotulados de narcoterroristas teriam piorado o cenário. Ainda assim, os EUA reconheceram “coragem e habilidade” das forças de segurança colombianas nas operações antidrogas.
Para o Afeganistão, embora também incluído na lista de “países que falharam”, a declaração dos EUA não traz tantos detalhes específicos quanto aos colombianos. A acusação geral se baseia no descumprimento de obrigações contranarcóticos internacionais nos últimos 12 meses, como acordos para controle do tráfico e erradicação de plantas usadas para produção de drogas.
A medida tem repercussões políticas e financeiras: além de cortar potenciais fundos de cooperação internacional, pode gerar impacto na reputação do governo colombiano, já sob crítica doméstica por seu desempenho no enfrentamento da coca e da cadeia do tráfico. Gustavo Petro reagiu dizendo que o descertificação ignora os sacrifícios feitos pelas forças de segurança do país.
Também há uma cláusula de isenção (waiver) para alguns países, citada nos comunicados, o que permite que certas assistências continuem se consideradas vitais para interesses dos EUA, mesmo em países “descertificados”. Para a Colômbia, já se fala em cortes ou suspensão de ajuda não ligada diretamente a ações antidrogas se não houver mudança rápida de postura.