
O ato convocado por partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais neste 7 de Setembro em São Paulo mostrou a fragilidade da base lulista. O jornal digital Poder360 contabilizou cerca de 4,3 mil pessoas presentes na Praça da República, enquanto outro levantamento feito pelo Monitor do Debate Político, com apoio de pesquisadores da USP e da organização More in Common, apontou 8,8 mil pessoas no auge da manifestação.
Mesmo com números diferentes, o contraste com os grandes atos da direita no mesmo dia é gritante. Enquanto milhões foram às ruas em defesa de Jair Bolsonaro e contra os abusos do Supremo Tribunal Federal, a esquerda mal conseguiu reunir algumas poucas milhares de pessoas. O Poder360, por exemplo, usou imagens aéreas capturadas às 11h49 — horário em que o ato estaria em seu ápice — para calcular os participantes. Já o Monitor, sediado no Cebrap, identificou o pico de público às 11h11, também a partir de fotos aéreas processadas por inteligência artificial.
Segundo os organizadores, o tema central seria a “defesa da soberania nacional”. No entanto, a baixa adesão expõe não só a dificuldade de mobilização popular da esquerda, mas também o desgaste da narrativa petista. Nem mesmo com forte apoio sindical e presença de partidos aliados ao governo Lula, a Praça da República conseguiu encher. Os números confirmam que, no Brasil real, a força das ruas está com a oposição, e não com o Palácio do Planalto.
Esse fracasso também reforça um ponto sensível: a esquerda tenta disputar as ruas, mas só consegue juntar pequenos grupos em comparação às manifestações massivas organizadas por conservadores. O contraste ficou evidente justamente no Dia da Independência, quando a população mostrou de forma inequívoca que rejeita o autoritarismo e está cansada da crise política e econômica criada pelo governo Lula.