
O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, em Brasília, virou motivo de polêmica e constrangimento para o governo Lula. Enquanto as câmeras mostravam uma Esplanada dos Ministérios esvaziada, o Palácio do Planalto divulgou um número oficial de 45 mil pessoas no evento. Já a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) foi além, estimando 80 mil presentes, contando até quem estava de passagem pela Rodoviária do Plano Piloto.
A diferença nos números chamou atenção e levantou suspeitas de que o governo estaria tentando inflar a adesão popular ao ato, justamente em um momento em que o desgaste político de Lula cresce dentro e fora do país. Pelas imagens transmitidas, ficou evidente que o público estava muito abaixo das expectativas e dos números divulgados.
O desfile, que durou cerca de duas horas, contou com a participação da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, encerrando-se com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Mesmo assim, o que deveria ser uma demonstração de força e união acabou exposto como um evento morno, marcado pelo esvaziamento e pela tentativa de manipular estatísticas.
Outro ponto que chamou atenção foi a ausência completa dos ministros do STF, um fato raro em solenidades dessa magnitude. A ausência coletiva reforça a leitura de que existe um distanciamento entre a Suprema Corte e o governo Lula, ampliando a sensação de isolamento político em meio à crise institucional que se aprofunda.