
Nesta segunda-feira (22), os Estados Unidos anunciaram uma nova rodada de sanções contra autoridades brasileiras ligadas ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF). A medida integra as retaliações do governo Donald Trump às decisões da Corte e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além de magistrados, familiares também foram atingidos, ampliando o impacto político e diplomático.
Em julho, o secretário de Estado Marco Rubio já havia revogado os vistos de ministros do STF no mesmo dia em que Alexandre de Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica em Bolsonaro. Foram atingidos: Moraes, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. A ordem se estendeu a familiares, mas André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora.
Ainda naquele mês, Moraes foi sancionado pela Lei Magnitsky, que bloqueia bens e transações nos EUA. Agora, a medida foi estendida à sua esposa, Viviane Barci de Moraes, que também perdeu o direito ao visto. Em agosto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, teve seu visto cancelado, acompanhado de funcionários ligados ao programa Mais Médicos, entre eles Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, além da esposa e da filha de 10 anos do ministro Alexandre Padilha.
Na rodada desta segunda-feira, o alvo foi o advogado-geral da União, Jorge Messias, além de outras cinco figuras ligadas ao entorno de Moraes: José Levi, ex-AGU; Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE; Airton Vieira, juiz auxiliar; Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral; e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar. As medidas reforçam a percepção de que Washington considera o STF responsável por perseguições políticas no Brasil.
As sanções não pararam no campo político. Os EUA também retaliaram críticos do ativista conservador Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro. O médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, de Recife (PE), teve o visto negado após publicar elogios ao crime nas redes. Ele depois tentou se desculpar, alegando ter feito uma “colocação infeliz”.
A crise diplomática atinge diretamente o governo Lula, que insiste em classificar as medidas como “ingerência indevida”. Mas, na prática, o recado de Trump é claro: o cerco contra Moraes e seus aliados vai muito além do Brasil e já expõe até familiares e auxiliares diretos do sistema petista.
O Moraes pode julgar, condenar e prender quem eles bem entender e deixar morrer na cadeia. Isso é justo?