Parlamentares peruanos enviaram cartas oficiais à embaixada do Brasil em Lima, solicitando que o governo brasileiro não conceda asilo político à presidente Dina Boluarte, em meio a uma crise política aguda no país.

Os pedidos foram formalizados após a protocolização de quatro processos de impeachment contra a mandatária na quinta-feira (9 de outubro de 2025), que alegam “incapacidade moral permanente” para o cargo, com base em acusações de corrupção, uso de relógios de luxo de origem duvidosa e falhas na gestão de protestos violentos.

A medida reflete o temor de que Boluarte busque proteção diplomática para evitar responsabilização judicial, em um contexto de instabilidade que já viu seis presidentes desde 2018.A congressista Patricia Chirinos, do partido Renovação Popular, liderou a iniciativa ao endereçar correspondência ao embaixador brasileiro, expressando “profunda preocupação” com rumores de que o advogado da presidente estaria negociando asilo em embaixadas estrangeiras, incluindo as do Brasil e do Equador.

Em sua carta, Chirinos foi enfática: “Peço enfaticamente que não aceite nenhum pedido de asilo político da senhora Dina Boluarte, que deve prestar contas para a Justiça peruana por acusações que pesam contra ela, porque fazê-lo vulneraria o princípio de não intervenção”. A parlamentar, que assinou um dos pedidos de impeachment, defendeu que a crise deve ser resolvida internamente, sem interferência externa.

O congressista Elías Varas adotou abordagem similar, enviando ofícios a mais de 30 representações diplomáticas, incluindo a brasileira, com um apelo direto: “Solicito expressamente à sua digna embaixada se abster de outorgar asilo ou refúgio diplomático à mencionada cidadã Dina Ercilia Boluarte Zegarra, em caso de que a solicitação se apresente”. Varas alertou que tal concessão poderia ser vista como interferência nos assuntos internos do Peru e pediu vigilância para reportar qualquer tentativa de solicitação, argumentando que a imunidade presidencial cessa com o impeachment.

Ambos os parlamentares assinaram moções de destituição contra Boluarte, intensificando o debate no Congresso. Uma fonte do Itamaraty confirmou que a embaixada em Lima não recebeu qualquer pedido formal de asilo até o momento, e o advogado de Boluarte, Juan Carlos Portugal, negou veementemente a possibilidade de fuga ou busca por refúgio.

Os impeachments surgiram após protestos renovados contra corrupção e violência, exacerbados por um ataque a tiros contra uma banda de cumbia em Lima na quarta-feira (8). A sessão para debater os processos foi marcada para o dia 9, mas o Congresso peruano enfrenta divisões que podem complicar a votação.A popularidade de Boluarte está em colapso: uma pesquisa do Ipsos de setembro registrou apenas 3% de aprovação, após mínimo de 2% em maio, refletindo o desgaste de uma gestão marcada por repressão a manifestações e escândalos.

Analistas veem os pedidos às embaixadas como uma estratégia para isolar a presidente e pressionar por sua saída, em um país que acumula instabilidade há uma década. O Brasil, sob Lula, mantém posição de não intervenção, mas o episódio reacende debates sobre o papel diplomático em crises regionais na América Latina.

By Jornal da Direita Online

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