
O caso de Alexsandra Aparecida da Silva escancara mais um exemplo de desorganização e descaso com a Justiça no Brasil. A ré, presa por suposta participação nos atos de 8 de janeiro, teve a liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, mas continua detida por um erro absurdo: o alvará de soltura foi enviado ao presídio errado.
Segundo a defesa, Alexsandra deveria ter sido libertada da Penitenciária de Três Corações (MG), onde se encontra há meses. No entanto, o documento judicial foi encaminhado para o presídio de Varginha (MG), o que impediu a sua liberação. Os advogados agora pedem a expedição imediata de um novo alvará, para corrigir o equívoco e garantir a soltura da mulher.
Alexsandra sofre de problemas de saúde mental, como depressão e crises de pânico, e ainda enfrenta investigação médica por nódulos nos seios. Mesmo com essas condições e o aval da Procuradoria-Geral da República, que concordou com a liberdade provisória, a mulher segue atrás das grades. Moraes impôs medidas cautelares como tornozeleira eletrônica e comparecimento semanal à Justiça, mas o erro burocrático a mantém presa indevidamente.
Presente nos acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército, Alexsandra nega envolvimento com qualquer ato de depredação. O episódio, que já é visto por juristas como um grave erro judicial, mostra o nível de incompetência e arbitrariedade que vem marcando a condução dos processos relacionados ao 8 de janeiro. Uma mulher libertada por decisão do STF continua presa — e o motivo é um simples erro de endereço.