
No início deste ano, a cidadã americana naturalizada Flávia Magalhães Soares apresentou uma denúncia formal à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, ela acusa o magistrado de violar a 1ª e a 14ª Emendas da Constituição dos EUA, que asseguram a liberdade de expressão e o devido processo legal.
Residente na Flórida há mais de 22 anos, Flávia relata ter sido alvo de censura e perseguição por suas postagens nas redes sociais. Segundo ela, mesmo estando em território americano, suas opiniões políticas resultaram em bloqueios de contas e investigações abusivas ordenadas a partir do Brasil, em uma clara tentativa de intimidar vozes críticas ao Supremo.
Agora, novas informações vêm à tona. A magistrada Ludmilla Lins Grilo, também brasileira e atualmente exilada nos Estados Unidos, revelou que agentes da Polícia Federal teriam sido enviados aos EUA com a missão de monitorar Flávia Magalhães. A denúncia é gravíssima, pois configuraria uma violação direta da soberania americana, além de possível ato ilegal de espionagem internacional sem autorização diplomática.
Ludmilla avalia que o caso pode desencadear reações firmes do governo norte-americano, sobretudo após o endurecimento das sanções contra autoridades brasileiras envolvidas em práticas autoritárias. Segundo ela, “os EUA não tolerarão operações estrangeiras em seu território, muito menos para intimidar cidadãos americanos”. A juíza ainda aposta que o caso pode reforçar o dossiê internacional que sustenta as sanções impostas pela Lei Magnitsky a autoridades brasileiras envolvidas em censura e perseguição política.