
O clima entre Brasil e Estados Unidos deve ficar ainda mais tenso neste mês. Segundo a agência Associated Press, um memorando interno do Departamento de Estado americano revela que Washington avalia impor restrições a autoridades brasileiras durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para o próximo dia 22 de setembro, em Nova Iorque.
De acordo com o documento, as medidas em estudo também atingiriam delegações do Irã, Sudão e Zimbábue. Entre as ações avaliadas estão a limitação de deslocamentos fora de Nova Iorque e restrições a encontros bilaterais com autoridades americanas. Outra proposta é proibir diplomatas de utilizarem atacadistas exclusivos da ONU para compras nos Estados Unidos.
Embora a revogação de vistos não esteja descartada, a AP aponta que essa medida dificilmente será aplicada neste momento. Ainda não há clareza se as sanções poderiam atingir diretamente Lula ou integrantes de seu governo, mas o Brasil, como de costume, abrirá os discursos da Assembleia Geral.
O endurecimento de postura seria uma resposta à taxação de 50% imposta pelo governo Lula sobre produtos americanos, medida que Washington considera politicamente motivada. Isso porque o presidente Donald Trump tem defendido abertamente Jair Bolsonaro e já aplicou sanções contra Alexandre de Moraes e outros ministros do STF.
Na avaliação de analistas, essa movimentação dos EUA mostra que a paciência com Lula está se esgotando. As restrições diplomáticas em estudo podem se tornar mais uma humilhação internacional para o petista, exatamente no momento em que ele buscava protagonismo mundial na ONU.