
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou durante o 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília (domingo, 3 de agosto de 2025), que o Brasil busca negociar em igualdade de condições com os Estados Unidos, e que não abrirá mão de construir uma moeda alternativa ao dólar para o comércio com outros países. Ele ressaltou que o Brasil não é uma republiqueta, com porte suficiente para exercer soberania econômica.
Lula afirmou que o país “não é tão dependente dos Estados Unidos como já foi” e que mantém uma relação comercial diversificada com o mundo. Mesmo reconhecendo a importância diplomática do relacionamento com Washington, enfatizou que o Brasil não aceitará ser subordinado à moeda americana ou sofrer sanções como retaliação política.
Ele destacou que “não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com outros países”. Em tom enfático, Lula declarou: “não preciso ficar subordinado ao dólar”, lembrando que já houve negociação bilateral sem uso do dólar, como no caso do Brasil com a Argentina em 2004.
O presidente ainda acusou o ex-presidente Donald Trump de tentar “acabar com o multilateralismo”, ao privilegiar negociações país a país, o que, segundo ele, leva a acordos leoninos desfavoráveis aos países menores. Lula comparou tal cenário ao trabalhador que negocia sozinho com o patrão de uma grande fábrica: quase sempre sai perdendo.
Por fim, Lula reforçou que o governo brasileiro continuará defendendo a criação de alternativas monetárias nos fóruns internacionais — especialmente no âmbito dos BRICS — sem buscar embate com os EUA. Ele afirmou que o Brasil tem tamanho, postura e interesses para negociar em pé de igualdade e que buscará autonomia monetária de forma gradual e assertiva.