
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante o 17º Encontro Nacional do PT, que os Estados Unidos tiveram influência em uma crise institucional no Brasil, chegando a mencionar que as tarifas e pressões políticas aplicadas por Washington favoreceram um ambiente de “golpe” contra a estabilidade do país. Segundo ele, a política externa norte-americana impacta diretamente a soberania nacional, justificando sua postura de confronto diplomático em algumas pautas econômicas.
Lula reforçou que o Brasil não é uma republiqueta e que possui porte econômico e relevância internacional para negociar em condições de igualdade com os EUA. Ao citar os recentes atritos comerciais, o presidente criticou a imposição de tarifas e o uso do dólar como moeda dominante no mercado global, argumentando que não existe determinação universal que o torne a única opção de liquidação financeira.
Em seu discurso, Lula voltou a defender a ideia de desdolarização do comércio internacional, destacando que os países do Sul Global precisam criar alternativas para não depender da moeda americana. Ele lembrou experiências passadas, como transações com a Argentina sem uso do dólar, e apontou que os BRICS já estudam mecanismos financeiros próprios ou uma moeda comum para aumentar a autonomia das nações emergentes.
O presidente também acusou a hegemonia do dólar de ser um instrumento político dos EUA para controlar economias menores, o que, segundo ele, reforça desigualdades e crises financeiras em países como o Brasil. Lula insistiu que a busca por um sistema financeiro alternativo é irreversível e que o governo brasileiro tem o dever de liderar debates para equilibrar as relações comerciais e cambiais globais.
Por fim, Lula afirmou que o Brasil continuará defendendo alternativas monetárias nos fóruns internacionais e exigindo respeito de potências estrangeiras. Ele ressaltou que a economia brasileira é forte o bastante para dialogar de igual para igual com os EUA e que não aceitará políticas externas que prejudiquem os interesses nacionais ou coloquem o país em posição de subordinação.