Deputado humilha Lula e recusa ministério

O deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) recusou o convite feito por Lula (PT) para assumir o Ministério das Comunicações, expondo mais uma vez o desgaste político do petista, que vê seu governo ser rejeitado até por aliados. Em nota divulgada após reunião com lideranças do partido, o parlamentar afirmou que poderá contribuir mais como deputado do que como ministro de um governo sem credibilidade.

A resposta pública soou como um recado claro ao Planalto: nem mesmo cargos de destaque são suficientes para atrair apoio verdadeiro a um governo mergulhado em escândalos e decisões controversas. O constrangimento foi ainda maior porque o nome de Pedro Lucas já havia sido confirmado à imprensa pela própria Gleisi Hoffmann, o que demonstra a falta de coordenação e respeito dentro da base lulista.

Com educação, mas firmeza, o deputado lamentou não poder aceitar o convite, ao mesmo tempo em que se desculpou com Lula. No entanto, sua negativa foi interpretada por analistas como um movimento estratégico para se descolar de uma gestão cada vez mais mal avaliada pela população e pelo Congresso Nacional. A recusa enfraquece ainda mais a já fragilizada liderança do petista.

O Ministério das Comunicações está vago desde que Juscelino Filho (União Brasil-MA) caiu após denúncias gravíssimas feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O escândalo envolvendo emendas parlamentares tornou sua permanência insustentável, e a saída do ministro abriu nova crise política no governo.

Mesmo assim, Lula segue insistindo em emplacar nomes que agradem à velha política e que sirvam para barganhas partidárias, tentando segurar sua base no Congresso. A recusa de Pedro Lucas evidencia que nem todos estão dispostos a se vincular à atual gestão petista. Para muitos parlamentares, o governo Lula virou sinônimo de desgaste e risco eleitoral.

Em mais uma tentativa de evitar a exposição da recusa, o Planalto silenciou após o anúncio do deputado. Mas nos bastidores, a situação é vista como um vexame. Lula perdeu a chance de preencher o ministério e ainda viu sua autoridade ser esvaziada, algo cada vez mais comum em um governo marcado por retrocessos e frustração nacional.